Como é difícil lidar com o coronabesta!
Estamos sem futebol. O Brasil pegando fogo, na verdade, o mundo todo, e uns gaiatos, sedizentes homens de Deus, brincando com fogo. Na semana passada, em Porto Alegre, um pastor convocava os fiéis para o grande encontro desta segunda-feira (23), com a presença de 400 pastores, que fariam a benção da vitória, ou algo desse tipo.
Seriam curas milagrosas. Fantástico. Poderiam se esforçar e curar os infectados do Coronavírus. Bom, parece que agora pararam. Ao que sei.
No Rio de Janeiro, um juiz de direito autorizou Silas, o Malafaia, a fazer cultos. Sim, contra tudo e contra todos, o juiz disse que não estava proibido fazer cultos. Ah, não, Excelência? Por que Vossa Excelência não vai ao culto? Experimente. Essas coisas do Brasil... Bom, não é uma gripezinha que vai derrubar o Silas, certo? Ainda bem que a decisão foi derrubada.
Vejo também que a Universal (a Igreja) estava (não sei ainda está) vendendo álcool-gel a R$ 500 reais. Antes, aqui em Porto Alegre um pastor estava oferecendo um óleo ungido para proteger o fiel contra o Coronavírus. Na verdade, é o vírus do ´coronabestas´ que deve estar inoculado em algumas pessoas nesse país.
Bom, o futebol também parou. E agora discutem sobre a Olimpíada. Ora, como os atletas vão treinar? Só os caras do tabuleiro do xadrez é que estarão aptos.
Temos de resistir. Não sair de casa, a menos que seja estritamente necessário.
Depois desta quarentena, teremos que, uma boa parte, ir a um spa, para emagrecer. Ou para o AA. E muitos procurarão um advogado. Seremos testados. De minha parte, estou lavando louças, cortando grama.
Sou um otimista. Acredito na ciência. Os cientistas haverão de achar a cura e ou a vacina. Chegamos à Lua, mandamos veículo para Marte e não temos condições de derrotar um vírus? Não acredito que seremos derrotados. Esse é o meu lado poliana ou piegas.
Todavia, ao lado do perigo mortal do Coronavírus, há o perigo real do ´coronabesta´, que empesta gente que faz fake news nas redes sociais. Tem gente fazendo cultos e baile funk.
E para quem acha que isso que acabei de escrever não é necessário – e que estou sendo muito duro e sarcástico - vai aí uma frase de um filósofo que curto, sobre a diferença entre sábios e néscios. Chamava-se Avicena. Ele dizia: “Um sábio sabe a diferença entre as coisas necessárias e as desnecessárias. O néscio não sabe disso. Solução: bata-se nele (no néscio) com um chicote até que ele grite: ‘Basta, basta: isso não é necessário’”.
Pronto. Agora ele aprendeu a diferença entre o necessário e não necessário.
Preciso ser mais claro? Há dois vírus no ar. Os dois são perigosos.
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