Quem diz que pressão faz mal?
No futebol há um vasto espaço para os dogmas. Tanto é assim que uma das ferramentas que serve para desenhar os prognósticos, é a estatística. Diariamente, quando da especulação (adivinhação), de um resultado futuro, nos deparamos com informações tidas como importantíssimas: “Jogaram dez vezes, empatando três, tendo o A perdido cinco e o B duas”.
Quando isso ocorre, circunstâncias fundamentais são omitidas. O período em análise é constituído por vários anos, os atletas, a comissão técnica e as competições eram outras totalmente diferentes. Em síntese, não há base real para gerar uma conclusão.
Agora, estamos diante de uma inarredável realidade, difícil de compreender: o Internacional que joga em casa, embora seja o mesmo, não é o mesmo. Um dogma constituído por uma mera sequência de resultados.
Um dos melhores jogos da Copa do Brasil foi o enfrentamento da volta entre Internacional e Palmeiras. Um jogo para testar as coronárias, ou as safenas. Contrariando as expectativas geradas pelas duas partidas anteriores, o Internacional foi um gigante, dominando o adversário do início ao fim, perseguindo o resultado que ao menos levasse aos pênaltis.
A arbitragem, sem reclamar no mérito, pois exigiria uma interminável sequência interpretativa, por si só, considerando o banho de água fria que foi a reconsideração de um gol, não foi suficiente para afastar o time da obstinação. Quase todos revelaram empenho máximo.
Quando o D’Alessandro foi expulso, em um exagero do árbitro que perdeu a linha por causa de um escorregão, foram flagrados na beira do gramado o presidente do Clube, o vice-presidente eleito e o diretor executivo de futebol.
A imagem me deixou muito animado, pois revela antes de tudo que a anemia do vice-presidente de futebol não contagia a todos. Naquele momento em que tudo indicava que o time desabaria, a presença dos dirigentes transmitia confiança aos atletas.
Gostei de ver que há sangue no Beira-Rio. Parabéns àqueles que souberam reagir e construir ao longo da semana as condições necessárias à classificação. Assistimos um passo fundamental para um novo momento, com irradiações para as demais competições que participamos.
Ah, já ia esquecendo. Começar a partida com o D’Alessandro altera em muito a realidade e a pressão racional da torcida, não faz mal a ninguém, salvo aos apáticos.
Parabéns ao nosso Internacional, que a lição sirva e que venha o Gre-Nal, o Nacional...
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