Fosse marqueteiro do Banrisul, Renato quebraria o banco dos gaúchos
Renato Portaluppi é gênio no futebol. Jogador e técnico. Estamos combinados quanto a isso. Mas como marqueteiro, é péssimo.
Imaginemos o Banrisul optar pelo Grêmio em detrimento do Inter para fazer ampla campanha publicitária. E na camiseta ainda colocar: ´Quem não torce para o Grêmio é um mau gaúcho´.
O que os torcedores do Inter pensariam? E o que fariam?
Pois mais ou menos isso foi o que fez Renato, ao dizer que aqueles que forem contra Bolsonaro e Sérgio Moro são contra o Brasil. No fundo, diz que os que não apoiam Moro e Bolsonaro são maus brasileiros.
Que feio! Como gremista - e é de futebol que estamos tratando, porque Renato é técnico de futebol do Grêmio - , diria o mesmo se ele tivesse afirmado o contrário, isto é, se dissesse que os que são a favor de Moro e Bolsonaro são maus brasileiros.
Misturar futebol e política não dá boa coisa. Nos anos 70 houve essa mistura. Os mais velhos sabem a que me refiro. Bolsonaro nitidamente quer repetir essa conjuminância. Quer tirar casquinha da seleção, arriscando pagar mico (por exemplo, como na hora em que foi cumprimentar o zagueiro Marquinhos).
Isso se pode dizer também do MBL e quejandos, que se apropriaram da camiseta da seleção (que é de todos os brasileiros) nas manifestações a favor do governo. Aliás, consta que, no Rio de Janeiro, nas últimas manifestações a favor do governo, mais de 30% das camisetas da seleção eram...piratas (camisas copiadas, contrafação, fabricação sem licença, etc.; como cigarros, calções da “adidas”, pilhas e radinhos também são).
Pois é. Patriotismo é isso. Como se chama mesmo o ato de comprar produtos piratas? O inferno é o outro.
De novo: não dá para misturar política e futebol. Metade da torcida do Grêmio e metade da torcida do Inter (menos ou mais) gosta de Bolsonaro ou não gosta. Há até o indiferente. Quando um técnico de futebol se manifesta favoravelmente a favor de uma agremiação política, causa confusão. Mas, pior do que dizer Bolsonaro e Moro são “os caras” é dizer que “aqueles que não acham que eles são os caras” são contra o desenvolvimento do Brasil. Ups.
Treinadores e ídolos em geral devem fazer aquilo que sabem. Renato decepcionou um grande contingente de torcedores gremistas não-bolsonaristas. E, por que não, decepcionou até mesmo as pessoas que apoiam Bolsonaro, mas que são daquelas que não acham que os que discordam sejam maus brasileiros. Ou que sejam contra o progresso ou desenvolvimento do país.
É isso. Renato deve fazer bem o que sabe fazer: treinar o time do meu coração: o Grêmio. E deve, sim, colocar Cebolinha jogando contra o Bahia.
Ah: se o próximo treinador do Grêmio fizer o mesmo, só que a favor da antítese de Bolsonaro, farei a mesma crítica. E a crítica será mais forte se ele acrescentar que “aqueles que não concordam são contra o Brasil”.
Bom, está explicado o porquê de o Banrisul patrocinar igualmente Grêmio e Inter. Fosse pelo ´MARQUETINGUE´ de Renato, o banco faria a opção por um dos dois. E quebraria.
Como já escrevi acima, Renato é gênio no futebol. Mas também é boquirroto. Neste momento, o que ele fará de melhor e apropriado é treinar mais o Grêmio, dar menos folgas aos atletas regiamente pagos, recuperar o estilo de jogo de 2017/2018 e... não se meter nesse intrincado “grenal” político entre bolsonaristas e não bolsonaristas, entre lulistas e não lulistas. Esse jogo só dá goleada...contra.
Saludos! E viva a diversidade política.
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