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20 de Abril de 2024
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    Então no princípio era, e continua sendo, a IVI !

    Publicado por Espaço Vital
    há 6 anos

    Acompanhei, de muito longe – fisicamente falando – a luta de RW (Ricardo Wortmann) para assegurar a autoria da sigla IVI – Imprensa Vermelha Isenta. No Brasil, só quem cita a fonte é garrafa de água mineral.

    Há dois modos de “negar” a IVI e a autoria da sigla IVI: a um, dizendo “IVI? Isso não existe”; a dois, dizendo que foi criada por Odorico, por Peninha e quejandos.

    Para mim, quem melhor lida com isso é o Rogerio Böhlke, da Rádio Gre-Nal. Escutei um sketch da rádio em que cantavam algo como “O bloco da IVI”. Genial. Parabéns à emissora que lida com isso de forma lúdica. Aliás, futebol tem o nome de ludopedismo. Quem não lidar ludicamente com coisas do futebol paga mico. E pagar mico não é só dar dinheiro ao símio, se me entendem a ironia ou o sarcasmo (ou os dois).

    Parafraseando o livro mais famoso do mundo, diria: RW capítulo 1, versículo 1, “no princípio era a IVI”. RW não criou a IVI. Ela existe desde o Rolo Compressor (década de 40). Ele apenas a nominou. RW, como já falei, apenas foi o nomoteta, o dador de nomes às coisas.

    Como passei bons dias na Grécia, por lá andei pelos lugares em que passeou e professorou Platão, que escreveu o primeiro grande livro de filosofia da linguagem do ocidente: Crátilo. É um debate do primeiro Gre-Nal da história, pela boca de Sócrates (o filósofo): sofistas versus naturalistas. E Platão foi o árbitro. Não vou contar o placar. Apenas dizer que o principal capítulo do livro – e o mais bonito – se chama “da justeza dos nomes”. Como se dão nome às coisas? Eis aí a figura do nomoteta, esse dador dos nomes.

    Pois a IVI é um fenômeno que surgiu e se fortaleceu durante décadas. Faltava-lhe o nome. As coisas passam mesmo a existir quando tem nome. Assim são as pessoas. Elas têm um nome. Nome. Nomos. Lei. Dar um nome é dar a lei. É assentar. Aliás, lei em alemão é Gesetz, que quer dizer exatamente “assentar”, “fixar”. Tanto é que “legislador” em alemão é Gesetzgeber, aquele que dá a lei.

    Então à IVI foi dado o nome. O logos se fez matéria. E, uma vez dado o nome, pode ser enfrentada. Uma coisa sem nome é difusa. Confusa. Não conseguimos identificar. Dado à coisa o seu nome, ela se torna perceptível. Sai das sombras para a luz.

    Portanto, lembremos sempre dessa coisa que agora tem nome: IVI. E que não é algo metafísico. IVI é uma coisa concreta. Basta ver, por exemplo, a Zero Hora do dia do jogo do Grêmio com o Independiente, nada mais, nada menos, do que pela Recopa. Na capa, o Grêmio teve o mesmo espaço do jogo do Real Madrid e do PSG. Bingo. Binguíssimo.

    Um quadradinho para Grêmio e um quadradinho para Real Madrid. Isso é SMI (Sintoma de Manifestação da IVI). Chega a ocorrer de forma inconsciente. É uma espécie de imaginário concreto. O editor da capa da ZH nem se dá conta. Ele simplesmente age. É uma espécie de Discurso da Servidão Voluntária, parafraseando o livro famoso escrito no século XVI por Ettiene de la Boéttie. Na verdade, é no costume, no hábito que aprendemos a servidão.

    Querem ver outra manifestação inequívoca da IVI? ZH de sábado, agora, dia 17; Grêmio jogará na quarta decidindo a RECOPA.

    Pois Diogo Olivier dá uma página inteirinha a Dallessandro. Diz que ele precisa de tratamento diferenciado no Inter. Pergunto: No Inter? Pode ser. Porque na IVI o tratamento de Dalessandro é VIP. E nem uma linha de Olivier à RECOPA. Dalessandro é mais importante.

    Assim caminha a IVI. Segunda-feira, 19 de fevereiro, primeiras notícias da ZH sobre esportes: “Grêmio precisa de duas vitorias para não ser rebaixado no Gauchão”.

    E vá notícia sobre centroavante, a velha paixão gaúcha. O gozo com o centroavante “aipim”. Só se fala em centroavante. E, é claro, matéria de duas páginas, no meio sobre o jogo do Inter contra o São Paulo, de Rio Grande. Na parte “destinada” ao Grêmio, pouquíssimas linhas sobre o jogo de quarta, dia 21, que decide a RECOPA, igualada pela IVI à disputa de uma vaga para a continuidade do Inter na Copa do Brasil.

    Quem acha que estou exagerando, procure nos arquivos os dias que antecederam a final da Sul Americana vencida pelo Inter. Mas, RECOPA não tem “essa importância”...! No dia em que o Real Madrid disputou o jogo contra o PSG, os jornais da Espanha só falaram disso. E não era título em jogo.

    Aqui nem na TV do RS o jogo passou (sei que não compraram os direitos, mas fosse Inter o finalista, teriam comprado – disso nenhum gremista tem dúvida).

    E isso que não analisei as demais sucursais da IVI. Só falei da holding...

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/entao-no-principio-era-e-continua-sendo-a-ivi/546336384

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