Dona Merca, com ´c´. Ou com ´d ´ ?
Tarde escaldante, juiz, advogados, partes e serventuário tomam fôlego na ensolarada sala da Vara do Trabalho, em média cidade do interior gaúcho. Levam adiante uma audiência conciliatória.
O magistrado se surpreende com o nome da reclamante, grafado como ´Cate´ - como se fosse uma conjugação subjuntiva do verbo ´catar´, na segunda pessoa do singular. Ele imagina que a intenção do pai da pudesse ter sido batizá-la como ´Kate´ - e que o oficial do registro civil tivesse se equivocado.
E para evitar erro (s) na assentada de audiência, o magistrado pergunta à reclamante:
- A senhora é Cate, com ´C´ mesmo, como letra inicial?
Um pouco vexada, a moça assente:
- Isso mesmo, doutor, mas todos me chamam de “Queite”.
Habitual falante como era, o advogado da reclamante - com a intenção de descontrair o ambiente - se apruma e diz de forma solene:
- Na minha família também há um caso de nome raro...
As expressões faciais dos demais denotam curiosidade. O falador prossegue:
- Tenho uma tia, líder comunitária muito conhecida, chama-se Dona Merca. E para evitar equívocos, acrescento que se trata de Merca com ´c´.
A gargalhada é geral, descontrai o ambiente forense e as partes, sem demora, celebram um acordo. Colhidas as assinaturas, o arremate vem por conta do advogado da reclamada.
- Seguramente não foi um acordo de ´merca com d´...
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.