Uma perda sentida para a advocacia gaúcha e nacional

Morreu em Porto Alegre, nesta quarta-feira (26) o advogado Reginald Hintz Felker, aos 84 de idade. Ex-conselheiro federal da OAB, tinha posições firmes – notadamente em temas ligados à Justiça do Trabalho - mas sabia cavalheirescamente aceitar os posicionamentos contrários e, às vezes, até antagônicos.

Periodicamente escrevia para o Espaço Vital. Autor do livro “Vida e Morte do Desembargador Justimiano” – lançado no ano passado na sede da Ordem gaúcha - um dos textos dali teve milhares de acesso ao – adaptado como Romance Forense - retratar a estranha rotina de um magistrado gaúcho. O tal juiz tinha um jeito peculiar de manter distância dos advogados e, em casa, dar ordens estranhas à esposa.

Felker vinha sustentando com vigor a conveniência de as eleições para a diretoria do OAB Nacional passarem a ser diretas. A propósito, nesta mesma edição extra do Espaço Vital, seu último didático texto está sendo repetido, com a pregação de um prévio plebiscito nacional, para ouvir a advocacia.

Era casado com a advogada Bernadete Kurtz – sua parceira de todos os momentos. E rejuvenescia quando admirava o crescimento do filho Igor, que ele paternalmente qualificava como “meu promissor estagiário”.

Felker faleceu antes de ver o que ele tristemente chamava de “desmanche dos direitos sociais”. Para ele, o tema tinha especial relevância: quando presidente da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhista, foi bravo lutador em prol das conquistas laborais, quando da Assembleia Nacional Constituinte em 1988.

O corpo será cremado na tarde desta quarta-feira – sem velório nem sepultamento - por decisão da família. Somente após a cremação, no entardecer, os familiares entrarão em contato com os amigos.