Quais as piores varas da Justiça Estadual? E as melhores?
Numa época de muitas tartarugas forenses, a OAB gaúcha, para não se contagiar com a lentidão e a omissão, em boa hora vai anunciar nesta sexta-feira, na reunião de seu Conselho Seccional, um Plano de Valorização da Advocacia. O apelo é “a implementação de ações para o reconhecimento do advogado pela sociedade e de aproximação da OAB-RS com a classe”.
Serão duas dezenas de propostas de mudanças de atitude.
A primeira vai atacar a morosidade do Judiciário estadual. Começa na primeira semana útil de março uma pesquisa com os advogados “para reconhecer quais as varas mais morosas do Estado”. A partir dos dados coletados, a Ordem vai pedir que o tribunal se mexa, “adotando como base de ação os modelos de varas que apresentam eficiência”.
A segunda: respeito à advocacia trabalhista. A Ordem vai “combater a interferência de magistrados da Justiça do Trabalho na relação entre o advogado e seu cliente”. O presidente Ricardo Breier assegura que “iremos ao CNJ e tomaremos as medidas judiciais necessárias para combater violação às prerrogativas”.
Alimentos compensatóriosA 3ª Turma do STJ vai, nos próximos dias, sedimentar ou sepultar uma novidade que pode espoliar ou enriquecer contas bancárias conjugais. Será o julgamento de uma ação oriunda do Rio de Janeiro, de uma mulher contra o ex-marido bilionário, depois de um casamento que durou 27 anos.
Após já estar abocanhando R$ 80 mil mensais de pensão alimentícia, a senhora ingressou com ação de alimentos compensatórios, que visa o aporte de uma nova bolada, para evitar uma queda brusca no padrão de vida. O relator é o ministro gaúcho Paulo de Tarso Sanseverino (AResp nº 409.526).
Raríssimos, os alimentos compensatórios têm um notório precedente nos anais do STJ. Há pouco mais de três anos, o tribunal confirmou julgado do TJ de Alagoas, reconhecendo à ex-primeira dama Rosane Collor, “extras” de 30 salários mínimos mensais porque, com sua idade e sem experiência de trabalho (apesar de ser formada em administração de empresas) ela teria dificuldades de ingressar no trabalho.
Rosane recebe até hoje pensão alimentícia de cerca de R$ 19 mil mensais. Os alimentos compensatórios foram pagos por tempo determinado no acórdão (36 meses). A obrigação cessou em novembro do ano passado. Fernando e Rosane tinham sido casados com separação total de bens.
O sucesso do “brahmeiro”Na quarta-feira (15), o TRF da 3ª Região confirmou a improcedência de ação civil pública ajuizada pelo MPF contra a Ambev e a empresa África Publicidade, por propaganda de cerveja protagonizada pelo ex-jogador Ronaldo Fenômeno. Em meados de 2009, maciçamente na tevê, o então atleta relatava seu histórico profissional de resiliência e superação e arrematava: “Sou guerreiro, sou brahmeiro”.
E virava o copo.
Segundo o MPF, a campanha era abusiva “porque a participação de Ronaldo induz os consumidores a se comportarem de forma prejudicial à própria saúde, fazendo-os acreditar que o sucesso profissional alcançado pelo protagonista está atrelado ao consumo da cerveja Brahma”.
Os julgados de primeiro e segundo graus concluíram pela não abusividade da propaganda, “ante a ausência de provas de que a mera veiculação da campanha publicitária teria induzido os consumidores a se comportarem de maneira nociva à própria saúde”. (Proc. nº 0003374-14.2009.403.6103).
Raimunda rima com...Raimunda poderá, enfim, se chamar Danielle, com dois ´l´. A mudança de nome que chegou até o STJ foi decidida na terça-feira (14), pela 4ª Turma, ao reconhecer que “a alteração no registro civil da mulher atende a uma necessidade psicológica profunda, livrando-a de um constrangimento”.
Na ação, a requerente fez prova testemunhal – e até pericial psiquiátrica – de que sofria deboches e humilhações.
Entre outros disparates ferinos, escutava nas rodas de sua cidade que “é feia de cara e boa de...” (até rimavam com Raimunda).
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.