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19 de Abril de 2024

R$ 300 mil: o preço de um gabarito para ser aprovado em concurso

Publicado por Espaço Vital
há 12 anos

A Polícia Federal informou ontem (11) que 282 pessoas foram indiciadas e 62 servidores foram afastados ou impedidos de tomar posse por causa das fraudes nos concursos da Polícia Federal, da Receita Federal, da Agencia Nacional de Aviacao Civil (Anac) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A Operação Tormenta investigava, desde 2010, uma quadrilha que fraudava concursos públicos e também Exames de Ordem.

No caso do certame advocatício, 152 candidatos tiveram acesso antecipado às respostas do exame e 1.076 "colaram" a prova, via parcerias. Segundo o delegado da PF, Victor Hugo Rodrigues Alves, todos os servidores nomeados e os que aguardavam nomeação foram indentificados e já foram afastados ou estão em processo de desligamento.

Alves informou que os candidatos chegavam a pagar para a quadrilha US$ 150 mil (cerca de R$ 300 mil) pelo gabarito das provas.

Para o Exame de Ordem (OAB), o valor foi de R$ 50 mil; para a prova de agente da Polícia Federal de 2009, o valor foi de R$ 100 mil; o montante de US$ 150 mil era o pago para a prova de auditor-fiscal da Receita Federal de 2009.

Os policiais rodoviários federais desviavam as provas durante o transporte e cobravam o dobro do valor para vender os documentos para a quadrilha, que elaborava os gabaritos e os revendia para os candidatos.

"A atuação da quadrilha foi descoberta com o desvio da prova do concurso para agente da Polícia Federal de 2009, mas a partir das investigações encontramos fraudes em concursos anteriores. Não há indícios de envolvimento de funcionários do Cespe/UnB, organizadora do concurso", afirmou Alves, durante coletiva de imprensa realizada ontem.

"Infelizmente existiam pessoas na Polícia Rodoviária Federal de má índole. A fraude aconteceu por causa de pessoas e não por causa das instituições", ressaltou Roger

O Cespe/UnB informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o lacre e o transporte das provas eram feitos por meio de parcerias com outras instituições até março de 2010, quando foi deflagrada a Operação Tormenta.

Devido às denúncias de fraudes reveladas pela Polícia Federal naquela ocasião, a instituição decidiu aumentar a segurança e passou a colocar os funcionários do próprio Cespe/UnB para fazer o acautelamento das provas.

Análise de desvios

Segundo Alves, para evitar novas fraudes, a PF passou a utilizar em seus concursos, a partir de 2010, o Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames, software usado na Operação Tormenta.

Assim que o gabarito das provas é digitalizado, o software cruza os dados com os gabaritos dos candidatos para identificar possíveis fraudes. O software também foi utilizado no último concurso da Agência Brasileira de Inteligência.

Exame de Ordem

A PF concluiu que 152 candidatos tiveram acesso antecipado às respostas da primeira fase de três exames da OAB de 2009. Segundo as investigações da PF, outros 1.076 candidatos, apesar de não terem acessado as questões antecipadamente, colaram a prova dos que tinham comprado os gabaritos.

A OAB divulgou uma nota informando que vai abrir um processo contra fraudadores do Exame da Ordem. Segundo a nota, o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante espera da Polícia Federal as conclusões do inquérito da Operação Tormenta.

Como foi a Operação Tormenta

Ela teve início com a denúncia de que um dos candidatos do concurso para o cargo de agente da Polícia Federal de 2009 teve acesso ao caderno de questões da prova às vésperas da aplicação.

O desvio do caderno de questões foi confirmado e a PF identificou que isso tinha acontecedo com outras provas do Cespe/UnB e de outros órgãos.

A quadrilha comprava as provas de policiais rodoviários federais e contratavam professores para fazer o gabarito, que era vendido para os candidatos.

Além da fraude aos Exames de Ordem aplicados no ano de 2009, também foram fraudados pela organização criminosa os concursos de agente da PF de 2004, de delegado da PF de 2004, de agente e escrivão da PF em 2001, de auditor-fiscal da Receita Federal de 1994, de agente e oficial de inteligência da Abin de 2008, de analista e técnico administrativo da Agencia Nacional de Aviacao Civil de 2009.

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8 Comentários

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Infelizmente, hoje não acredito mais em estudar para passar. Tem que comprar gabarito, mesmo. Meu esposo, passou em 5 para a casa da moeda, eram 10 vagas. e só chamaram o primeiro lugar. Hoje vejo que é tudo carta marcada. continuar lendo

Olá bom dia, vc poderia me mandar o contato dele? continuar lendo

Curioso, bem no ano que Eduardo Bolsonaro passou...
Sempre me perguntei como aquele sujeito poderia passar em alguma prova, talvez essa seja a resposta. continuar lendo

eu achei otimo,parabens a quem fraudou,pois e um rigor no exame,sempre tem uma forma de dar um jeitinho,não é mesmo?eu acho bem feito. continuar lendo

Com o perdão da palavra,. mas, és mesmo uma idiota, não !?!? continuar lendo

Trabalho com vendas de gabaritos de concursos públicos, diretamente com as Bancas organizadoras. Whatsapp para informações. 1972449-8354 continuar lendo