Cinco advogados presos por corrupção e envolvimento em compra e venda de decisões judiciais
Cinco advogados foram presos pela Polícia Federal, dentro da Operação Asef, deflagrada hoje (18), sob a acusação de intermediarem um esquema de venda de sentença no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). As prisões foram decretadas pela ministra Nancy Andrighi, do STJ.
Participam da operação 125 policiais federais e dois médicos, acompanhados de seis membros do Ministério Público Federal e 10 representantes indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso
Estão recolhidos à carceragem da PF os advogados Altenor Alves de Sozua, Alessandro Jacarandá, Maxweize Mendonça, Rodrigo Vieira e Célia Cury. Além deles, vários advogados tiveram seus escritórios ocupados pela PF, com mandados de busca e apreensão.
Também passaram pela PF a juiza Maria Abadia Aguiar e o ex-juiz eleitoral Renato Vianna, que ocupava a vaga no Tribunal Pleno do TRE-MT, representando a classe dos advogados.
A PF ainda busca cumprir dois mandatos de prisões, um de advogado e outro de pessoa comum envolvida no caso. Essa pessoa comum seria uma "lobista", que atuaria no esquema de tráfico de influência. Os nomes destes dois advogados procurados - mas ainda não presos - ainda não foram divulgados.
A Polícia Federal negou, por outro lado, qualquer prisão de magistrado ou ex-magistrado. Mas admitiu que foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências de José Tadeu Cury e Donato Fortunato Ojeda, desembargadores aposentados do TJ-MT.
Também foram presos Cláudio Emanoel que é genro da advogada Célia Cury e outra pessoa identificada como Santos de Souza Ribeiro.
O advogado Eduardo Gomes, ex-prefeito de Alto Paraguai foi ouvido levado à PF para depor e liberado em seguida. O desembargador José Tadeu Cury também esteve na sede da Polícia Federal em Cuiabá. A exemplo de Vianna e Maria Abadia, apenas prestou esclarecimentos e foi liberado em seguida. A esposa dele continua presa.
O desembargador Cury foi aposentado cumpulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça por envolvimento no esquema de desvio de dinheiro, através da folha de pagamento, como empréstimo a Loja Maçonica Grande Oriente. E o desembargador Ojeda se desligou do TJ-MT aposentado por cumprimento de tempo de serviço.
Os fatos apurados encontram-se sob segredo de justiça e versam sob supostas práticas de exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. Ao todo são 30 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão.
As investigações iniciaram em 2007 quando a Polícia Federal de Goiás indicou situações que envolviam possível exploração de prestígio em Mato Grosso.
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.