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19 de Abril de 2024

Isenção total de custas no Registro de Imóveis se a parte goza de gratuidade judiciária

Publicado por Espaço Vital
há 16 anos

Decisão da 2ª Turma do STJ definiu que "a gratuidade da Justiça estende-se aos atos extrajudiciais relacionados à efetividade do processo judicial em curso, mesmo em se tratando de registro imobiliário". Assim, se a parte litigar sob gratuidade, poderá dispor - sem o pagamento de custas, emolumentos etc. - dos serviços registrais que forem consequentes à decisão judicial e/ou necessários à sua efetividade.

O caso julgado é oriundo do RS. Trata-se de recurso em mandado de segurança em que o registrador Cássio AntonioButignol Mariani pugnou pela anulação de ato do juiz de primeiro grau - confirmado por acórdão do TJRS – que exonerou o recolhimento dos emolumentos devidos pela extração de certidões de registro de imóveis, ante a circunstância de os litigantes usufruírem o benefício de assistência judiciária. Na prática, o registrador pretendeu afastar a aplicação do art. , II , da Lei n. 1.060 /1950 aos serviços extrajudiciais dos cartórios oficializados.

No julgado vem referido que "a isenção abrange os valores devidos pela extração de certidões de registro de imóveis, necessárias ao exercício do direito de ação, não procedendo a premissa de que inexiste lei específica regulamentando a isenção em tela, porque se aplica ao caso a já mencionada lei, cujo esteio constitucional repousa no art. , LXXVII , da CF/1988 , que assegura aos necessitados a dispensa do pagamento dos atos necessários ao exercício da cidadania".

A divergência é originária da comarca de Piratini (RS).Ali, o juiz determinou a extensão da gratuidade judicial a atos extrajudiciais, mais especificamente ao ato de expedição de certidão de Registro de Imóveis (proc. n.º 118/1.07.0000250-0). O registrador local interpôs mandado de segurança contra o ato do juiz, sustentando não estar obrigado a prestar o serviço registral gratuitamente.

A 18ª Câmara Cível do TJRS negou a segurança, ao fazer "interpretação sistemática das regras que regem a assistência judiciária, que leva a concluir ser plenamente legal o provimento judicial que determina a extensão da gratuidade judiciárias a atos extrajudiciais". O relator foi o desembargador Pedro Celso dal Prá.

O registrador interpôs recurso em mandado de segurança ao STJ. Aí, a ministra relatora Eliana Calmon salientou, no voto, que "em nada aproveita ao recorrente a natureza privada dos serviços que realiza, pois eles não deixam de ostentar a natureza de serviços públicos, embora prestados por delegação e sob supervisão do Poder Judiciário".

A relatora cita dois precedentes do STF (ADC nº 5-DF e ADI nº 1.800-DF) e um julgado do próprio STJ (REsp nº 94.649-RJ , julgado em 1996). O acórdão do novo julgamento do STJ - ocorrido em 19 de agosto último - ainda não está disponível. (RMS nº 26493) .

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Eu fico profundamente gratificada como advogada quando vejo atos definidos com justiça, com equidade e com propugnação de igualdade em qualquer circunstância, como no caso desta de consubstanciar o direito a uma pessoa com diferente situação financeira, ter o direito de proceder um registro de imóveis, isto para mim é maravilhoso, considerando que se não houvesse esta brecha legal, que ao mesmo tempo, é justiça, ficaria com um imóvel sem poder registrar particularmente, mesmo que houvesse determinação judicial, isto é gratificante,vez que configura vitória da justiça. continuar lendo

Eu apesar de ser leigo,vou atrás dos meus direitos o fato de vc obter um imóvel,nao quer dizer que seja rico.ja pago tanto s imposto s porque não ser isento de uma escritura. continuar lendo

Por favor alguém pode me ajudar?meu sogro contratou um advogado pra resolver o problema da escritura de imóvel e entrou com justiça gratuita e juiz liberou, agora ele precisa pagar alguma taxa? continuar lendo

Tomando como base sua explicação, posso pedir justiça gratuita em ação de Adjudicação compulsória para troca registro de imóvel para um cliente, em se tratando de pessoa pobre?
Ou seja, a pessoa tem um terreno que herdou do padrasto juntamente com sua mãe (mas ela não foi casada viveu vinte anos em união estável) por 20 anos mas não consegue transferir o imóvel por conta dos valores altos do cartório, neste caso consegue-se no judiciário gratuidade para essa transferência? continuar lendo