O imprevisto no cinema
O professor de Processo Civil - desembargador que aposentado com isenção de imposto de renda - pergunta na faculdade de Direito se algum de seus alunos conhece um caso prático que tenha resultado em condenação judicial.
Silêncio total.
- Então, pra descontrair, me falem pelo menos de alguma ocorrência inusitada na cidade de vocês - pede o mestre.
Um universitário conta, então, um caso fronteirista, anos 90. Relata que um maduro peão vai ao cinema e o porteiro pergunta:
- O que é isso no seu ombro?
- É o Bino, meu galo de estimação, comprei na exposição de Esteio.
- Lamento, senhor, mas não permitimos animais no cinema.
O homem rude aparentemente concorda e dá meia-volta. Vai a um clube que fica a menos de duas quadras dali, entra na toalete e enfia o bicho dentro da bombacha, no baixo ventre. Volta, entra no cinema e senta-se ao lado de duas idosas, ambas viúvas.
Quando o filme começa, o fazendeiro abre a bragueta para o galo respirar e o bicho bota o pescoço pra fora, todo feliz.
Uma das idosas cochicha para a outra:
- Acho que o cara ao meu lado é um assediador, um tarado.
- Por que? - indaga surpresa e curiosa a outra viúva.
- É que o cara botou o negócio pra fora!
- Ah, não te preocupa, na nossa idade nós já vimos de tudo.
- Eu também pensava a mesma coisa, mas o negócio tá comendo a minha pipoca!
* * * * *
Zum-zum no cinema, a luz é acesa, a projeção do filme é suspensa e o espectador inconveniente é retirado (com seu galo) para fora do cinema.
No dia seguinte, as viúvas procuram dois ou três advogados para ingressarem com ação por dano moral.
Em vão; na cidade ninguém aceita a causa.
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