Daniel Dantas é preso por corrupção e suborno
O banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta estão entre os 17 presos pela Polícia Federal na Operação Satiagraha. As investigações sobre os tentáculos de Dantas e Nahas tiveram origem no escândalo do mensalão. As empresas Telemig Celular e Amazonas Celular, do Opportunity, estão entre as que abasteceram contas do publicitário Marcos Valério.
Nos meses seguintes, investigações apontaram para uma intrincada rede de lavagem de dinheiro, remessas e corrupção. Ao ter a informação de que poderia ser preso, Dantas tentou subornar um delegado da PF, oferecendo-lhe US$ 1 milhão. Na operação, a PF apreendeu cerca de R$ 1 milhão em dinheiro e três carros importados .
A PF cumpriu 56 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio, Bahia e DF. Segundo a PF, Nahas teria usado dados sigilosos do Federal Reserve (BC americano) e até informações privilegiadas sobre descobertas da Petrobras para ganhar dinheiro.
Considerado "um dos mais brilhantes economistas de sua geração, Daniel Dantas cumpriu um longo caminho entre gênio das finanças e prisioneiro da PF" - escreve o jornal O Globo, em sua edição de hoje (8).
Aluno prodígio do exigente Mário Henrique Simonsen - Daniel quase foi ministro da Economia no governo Collor. Preferiu ficar no mundo das grandes tacadas financeiras e virou milionário, embora não goste de comer bem ou de viagens de luxo.
O que gosta é de competir e ganhar dinheiro, a qualquer custo. Em sua última entrevista, à revista "Piauí", confessou seu único medo: "a Polícia Federal".
O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu está sendo investigado, mas os "dados ainda não estão amadurecidos", informa a PF. Dirceu, o ex-deputado Liz Greenhalgh e o ministro Mangabeira Unger são citados como "colaboradores de Dantas".
A defesa de Daniel Dantas atribuiu a prisão do banqueiro à disputa pelo controle da Brasil Telecom, anterior à compra pela Oi. A disputa opôs o banqueiro, a Telecom Italia e fundos de pensão de estatais. Dantas alega ter sofrido pressão do governo e de petistas.
Seu advogado, Nélio Machado, ameaça divulgar documentos que segundo ele, "comprovam a pressão do PT e estão na Justiça dos EUA".
A defesa de Celso Pitta se disse surpresa e negou ligação dele com Dantas. O advogado de Naji Nahas não quis comentar o caso.
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