35 desembargadores e 115 juízes sob suspeita

Ao menos 35 desembargadores são acusados de cometer crimes e podem ser beneficiados caso o STF decida restringir os poderes de investigação do CNJ. O levantamento estatístico foi feito pelo jornal Folha de S. Paulo. A matéria assinada pelo jornalista Flávio Ferreira está publicada na edição de hoje (29).

Dentre os 35 desembargadores acusados de crimes, 20 já foram punidos pelo Conselho Nacional de Justiça - a maioria recorre ao STF para reverter as punições. Os demais ainda respondem a processos no âmbito do CNJ.

Dependendo do que decidirem os ministros do STF, os desembargadores acusados poderão obter em Juízo a derrubada das punições e das investigações em andamento.

Os casos envolvem suspeitas de venda de sentenças, favorecimento a partes pelo atraso no trâmite de processos e desvios de recursos, entre outras acusações.

Considerando também os juízes de primeira instância, 115 investigados podem ser beneficiados caso a ação da AMB seja vitoriosa. A entidade defende a tese de que o CNJ não pode abrir processos contra juízes sem que eles antes sejam investigados pelas corregedorias de seus próprios tribunais.

Um dos principais casos analisados envolve desembargadores do Estado Mato Grosso, afastados pelo CNJ sob acusação de desviar verba do Tribunal de Justiça local para socorrer uma instituição da maçonaria. O processo está suspenso por meio de liminar concedida pelo STF. Os envolvidos negam as acusações.

Os números da ministra Eliana

Em outra matéria publicada nesta mesma edição do Espaço Vital, a ministra Eliana Calmon salienta que "a quase totalidade dos 16.000 juízes do país é honesta, os bandidos são minoria".

Ela localiza "uma coisa mínima, de 1%, mas que fazem um estrago absurdo no Judiciário".

Matematicamente seriam cerca de 160 magistrados.

Este número está próximo da estatística revelada pela Folha de São Paulo. O jornal refere 35 desembargadores + 115 juízes de primeiro grau.